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A pergunta agora é: "Quem será o próximo?"

A pergunta agora é: "Quem será o próximo?"

Fonte: Diário do Comércio
Pânico é a melhor palavra para descrever o sentimento de investidores e analistas ao redor do mundo ontem. Existe grande temor de que uma crise generalizada do sistema financeiro, com quebras de instituições em um efeito dominó, já esteja em curso – apesar dos esforços dos bancos centrais de vários continentes, que tentam garantir a liquidez das operações bancárias. A pergunta, agora, não é se essa crise vai se prolongar, e sim "quem será o próximo a quebrar?" Essa catástrofe anunciada fez as bolsas desabarem em todos as partes do mundo. O índice Dow Jones, da Bolsa de Valores de Nova York, referência para as outras bolsas, despencou 4,06%. Em São Paulo, a continuidade da saída de estrangeiros, que buscam ou cobrir prejuízos no exterior ou ativos mais seguros, a bolsa tomou um tombo de 6,74%. O indicador fechou a 45.908 pontos – nível de 2 de abril do ano passado. Apenas em setembro, as perdas do Ibovespa chegam a 17,5%. Desde o início de 2008, a desvalorização atinge 24,1%. Na Europa, a situação não foi diferente, com quedas em Londres (2,25%), Paris (2,14%) e Frankfurt (1,75%). Mais vítimas – A deterioração nos mercados de crédito fez mais uma vítima ontem: desta vez, uma instituição britânica. A Halifax Bank Of Scotland (HBOS), maior financiadora de hipotecas do Reino Unido, fechou acordo de fusão com o também britânico Lloyds TSB. Aos olhos dos investidores, sinal claro de problemas financeiros ainda desconhecidos. Nesse ambiente, não faltaram especulações nos dois lados do Atlântico. Na Europa, o Swiss National Bank (banco central suíço) emitiu nota afirmando que está em negociações com o UBS AG para oferecer suporte ao gigante bancário. A nota do SNB desmente uma anterior, do porta-voz do UBS, negando os mesmos rumores. Nos EUA, o Morgan Stanley informou, depois do fechamento do mercado, que está fazendo tudo o que pode para reforçar os preços de suas ações, que estão despencando nos últimos dias. O Morgan é um dos dois bancos de investimentos do país que resistiram, por enquanto, à crise, ao lado do Goldman Sachs. No fim da tarde, no entanto, o jornal The New York Times informou o banco estaria considerando uma fusão com o Wachovia Corporation ou outra instituição. Segundo o jornal, o Wachovia não quis comentar a informação. Em Nova York, as ações do Wachovia caíram 20,76%, enquanto as do Morgan Stanley recuaram 24,22%. O Tesouro americano injetou US$ 40 bilhões no Federal Reserve para que o banco central dos EUA consiga resgatar as instituições que quebraram recentemente e outras que podem ter problemas. Segundo analistas, é um sinal de que o Fed está sobrecarregado. (AE)
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