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Inadimpência melhora pela 1ª vez em um ano

Inadimpência melhora pela 1ª vez em um ano

Renegociação de dívida cresce mais rápido que o número de novos calotes

Fonte: EstadãoTags: inadimplencia

Márcia De Chiara

Pela primeira vez nos últimos 12 meses, a inadimplência do consumidor no crediário deu sinal de melhora em julho. No mês passado, o número de carnês com prestações atrasadas que foram negociados aumentou num ritmo bem maior que o volume de novos crediários inadimplentes.

Em julho, 359,5 mil carnês com prestações vencidas foram renegociados, um volume 12,2% acima do registrado em julho de 2008. No mesmo período, o número de novos carnês inadimplentes cresceu 7,8%, segundo a Associação Comercial de São Paulo (ACSP).

"É a primeira vez que ocorre essa inversão", afirma o economista da ACSP, Emilio Alfieri. Na opinião dele, a maior oferta de crédito, tanto da parte dos bancos públicos como dos bancos privados, e as taxas de juros em queda ajudaram o consumidor a renegociar as dívidas em atraso. "Mas ainda é cedo para dizer que se trata de uma tendência."

De toda forma, Alfieri ressalta que o aumento do volume de renegociações de carnês em atraso melhora as perspectivas do comércio para os próximos meses. "Sem dívidas, o consumidor volta a comprar."

Os resultados de julho também revelam crescimento de vendas no varejo. No mês passado, as consultas para vendas a prazo cresceram 9,2% na comparação com junho, quando normalmente o aumento é de 7,7%. As vendas à vista também aumentaram acima da sazonalidade para o período: cresceram 5,8% de junho para julho, quando geralmente a elevação é de 5%.

Apesar do aumento ante junho, as vendas de julho ainda estão abaixo das de julho do ano passado. No caso dos negócios a prazo, o recuo é de 15,8% na comparação anual, segundo a ACSP.

Alfieri lembra que, para as vendas a prazo, o terceiro trimestre do ano passado foi um dos períodos de maior euforia do crediário. Por isso, será difícil algum mês do terceiro trimestre deste ano superar o volume de vendas financiadas do mesmo período de 2008. "A crise foi de crédito", diz Alfieri.

Já o número de consultas para pagamento à vista cresceu 4,2% em julho ante o mesmo mês de 2008, segundo a entidade. Nesse caso, o frio intenso das últimas semanas e as liquidações de inverno antecipadas ajudaram a ampliar o volume de vendas na comparação anual. O Dia dos Pais deverá manter esse ritmo de alta.

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