Carregando...

Acompanhe as últimas notícias sobre contabilidade nas principais áreas.

Redução do IPI pode ser permanente

Redução do IPI pode ser permanente

Governo estuda manutenção definitiva do corte nas alíquotas do imposto de geladeiras, fogões e máquinas de lavar

Fonte: EstadãoTags: ipi

Fabio Graner

O governo discute a possibilidade de reduzir permanentemente a tributação do setor de linha branca - geladeiras, fogões, máquinas de lavar -, segundo informaram fontes da equipe econômica à Agência Estado. Ainda não há decisão nesse sentido, nem em que bases se daria, se nas alíquotas reduzidas atuais ou em alguma faixa intermediária. Mas esse é um pedido do setor que encontra apoio no governo, que considera altas algumas alíquotas originais do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI).

O debate sobre a redução permanente da carga tributária para a linha branca ocorre simultaneamente ao da renovação até o fim do ano, ou no máximo até janeiro de 2010, do IPI reduzido. Em abril deste ano, para enfrentar a crise, o governo reduziu de 20% para 10% do IPI cobrado nas vendas de máquinas de lavar; de 15% para 5% em geladeiras; de 5% para zero nos fogões e de 10% para zero nos tanquinhos.

Ontem, no programa "Café com o Presidente", o presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse que é preciso mais crédito e desoneração de impostos para incentivar o consumidor a comprar o que ele ainda não tem. Lula afirmou que, ao se criarem condições para a compra de casa, televisão, geladeira, fogão, máquina de lavar, roupa e carro, para citar alguns exemplos, gira-se a economia do Brasil.

Em São Paulo, o ministro da Fazenda, Guido Mantega, reuniu-se com representantes do varejo e da indústria da linha branca para discutir como ficará a tributação do setor, já que o estímulo fiscal só vale até 31 de outubro. Na reunião, o Banco do Brasil propôs atuar como agente financiador para reduzir as taxas de juros ao consumidor.

Segundo relato de uma fonte presente ao encontro, os empresários destacaram que é importante segurar o tributo mais baixo até janeiro para manter as vendas em alta. Embora tenha mais ouvido do que falado, o ministro deixou claro que eventual renovação do IPI reduzido dependeria de contrapartidas. A ideia é que a desoneração seja acompanhada do compromisso dos empresários de repassá-la ao consumidor, aumentar empregos e, no caso dos varejistas, reduzir juros nas vendas.

A avaliação do Ministério da Fazenda é que o corte do IPI não foi integralmente repassado aos preços e, além disso, os lojistas estão exagerando nos juros, nas operações com carnê. Assessores detectaram juros próximos de 6% ao mês em grandes lojas de varejo em Brasília.

Obter contrapartidas é uma forma de a Fazenda mediar a situação em que o Planalto pressiona pela renovação do IPI reduzido, apesar de Mantega e sua equipe considerarem que a medida não é mais necessária. O que facilita uma eventual renovação é o impacto na arrecadação: cerca de R$ 380 milhões este ano. A ajuda ao setor automobilístico, por exemplo, custará R$ 3,3 bilhões.

× Como posso lhe ajudar?