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Vitamina C, água com limão, zinco: nada disso previne o coronavírus

Vitamina C, água com limão, zinco: nada disso previne o coronavírus

Não há nenhum tipo de vacina ou de vitamina que possa "fortalecer" o sistema imunológico contra o o 2019-nCoV

Em meio ao avanço da pandemia causada pelo coronavírus, informações falsas têm se espalhado em correntes que circulam por todo país através de redes sociais. Os textos falam de soluções que ajudariam a prevenir ou tratar de sintomas do novo coronavírus, como vitamina C com zinco, ou a ingestão de água quente com limão. Mas a realidade é que, infelizmente, não há nenhum tipo de vacina ou de vitamina que possa "fortalecer" o sistema imunológico contra o o 2019-nCoV.

"Pessoal nesta fase do coronavírus, tomem 1g de vitamina c + zinco efervescente, esta é uma das formas de melhorar a nossa imunidade e estar preparado na luta contra uma eventual infecção por coronavírus", diz uma postagem viralizada no Facebook.

"Limão quente pode matar células cancerígenas! Corte o limão em três partes e coloque em um copo, depois despeje água quente e transforme-a em (água alcalina), beba todos os dias, definitivamente beneficiará a todos. O tratamento com esse extrato destrói apenas células malignas e não afeta células saudáveis", diz outro texto, que circula no Whatsapp.

Para ajudar a conter a desinformação, a agência de checagem de informação Aos Fatos tem publicado artigos que desmentem os textos. No artigo "Corrente engana ao indicar vitamina C e água quente com limão contra coronavírus", a agência explica o papel da vitamina C.

Papel da vitamina C

"A vitamina C tem papel importante no organismo ao desempenhar ação antioxidante, que combate radicais livres — moléculas que podem danificar células sadias. Porém, a ingestão da substância por si só não é suficiente para fortalecer o sistema imunológico e impedir infecções, como a do novo coronavírus. Ela também não é recomendada como prevenção pela OMS (Organização Mundial de Saúde) nem pelo Ministério da Saúde. Segundo as duas instituições, não há evidências de que alimentos sirvam para impedir a contaminação.

Mariana Del Bosco, nutricionista e mestre em ciências pela USP (Universidade de São Paulo) ressalta ainda que o uso de suplementos de vitamina C vendidos em farmácias deve ser recomendado por um profissional de acordo com o quadro do paciente. Isso porque, em alguns casos, o produto pode ter uma dosagem da substância acima do necessário.

A cautela é corroborada por texto publicado pelo National Institutes of Health que, apesar de atestar a baixa toxicidade da vitamina C mesmo em altas doses, alerta que a substância pode causar diarreia, náusea, cólicas abdominais e outros distúrbios gastrointestinais caso não seja absorvida pelo trato gastrointestinal.

Mesmo em resfriados comuns, a prevenção por meio apenas da ingestão de vitamina C é questionada. Um estudo publicado pela Cochrane em 2013 aponta que há indícios de que ela pode reduzir a duração de um resfriado, mas que não ajuda a evitá-lo. A informação também é citada em publicação da Oregon State University.

Recomendações. Para reduzir o risco de contaminação pelo novo coronavírus, a OMS e o Ministério da Saúde recomendam lavar as mãos frequentemente, cobrir a boca e o nariz ao tossir e espirrar, limpar e desinfetar objetos que sempre são tocados e evitar contato com o infectado.

Ainda não há tratamento específico para infecções causadas pelo coronavírus. É indicado repouso e consumo de bastante água, além de medidas adotadas para aliviar os sintomas de acordo com cada caso e recomendadas por um médico."

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